O secretário do Meio Ambiente de Alfenas, Wagner Tarcísio de Moraes (foto), foi denunciado pelo Ministério Público na última terça-feira (10), por violência doméstica. Se a denúncia for aceita pelo Juizado da Comarca, ele se tornará réu por lesão corporal praticada contra mulher, por razões da condição do sexo feminino, com incidência dos ditames da Lei Maria da Penha. A denúncia pede ainda a suspensão dos seus direitos políticos e a fixação de obrigação de reparar os danos morais sofridos pela vítima.
De acordo com o MP, o secretário municipal, que é conhecido como Guinho, agrediu a sua companheira, com quem mantinha uma relação de 12 anos, em novembro de 2023. Na época, ele era vereador e chegou a ter o mandato suspenso. Na denúncia, aponta-se que em discussão motivada por ciúmes, ele desferiu socos no rosto da vítima, na presença dos filhos do casal, todos menores de idade.
Como o denunciado é ex-vereador e atualmente ocupa o cargo de secretário municipal, a 5ª Promotoria de Justiça de Alfenas solicitou a remessa de cópia da denúncia para a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres, à Comissão de Mulheres da OAB - Subseção de Alfenas, e ao prefeito da cidade, para conhecimento e eventuais providências em seus respectivos âmbitos de atuação.
O promotor de Justiça Frederico Carvalho de Araújo ressaltou que “os poderes locais devem atuar para combater a pandemia de violência doméstica que se alastra, não só na sociedade alfenense, mas também entre aqueles responsáveis por elaborar e executar as políticas públicas a serem adotadas pelo município”.
Na época em que foi investigado, em notícia de grande repercussão, Guinho se pronunciou por meio de nota, na qual disse que “os fatos a ele imputados pela esposa não condizem com a realidade, já que o mesmo jamais a agrediu”.
A Prefeitura não se manifestou até o momento.
Em fevereiro de 2024, Guinho chegou a ser afastado por 90 dias do seu cargo de vereador, pelo PT, por decisão da Câmara de Alfenas. Naquela ocasião, a Câmara instaurou um comissão de ética para apurar práticas de falta de decoro parlamentar e infringência ao ordenamento jurídico.
O relatório final da comissão foi aprovado por unanimidade. O presidente da Câmara e o vereador suspeito não votaram. Ele foi punido apenas com medida disciplinar de afastamento por 90 dias.
Guinho tentou se reeleger vereador nas eleições municipais de 2024, mas não conseguiu e ficou como suplente, com 482 votos.