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ARMAZÉNS FECHAM E CAUSAM PREJUÍZOS EM PLENA ALTA DO PREÇO DO CAFÉ

Pelo menos cinco empresas, todas de Minas Gerais, tiveram problemas recentes com a armazenagem e venda de café.

A alta recente da saca do café contrasta com a situação vivida por vários cafeicultores do Sul de Minas, que nos últimos meses foram prejudicados pelo fechamento de armazéns. Eles entregaram as sacas de café, mas não receberam pelo produto. Pelo menos cinco empresas, todas de Minas Gerais, tiveram problemas recentes com a armazenagem e venda de café.

João Batista Vasconcelos é produtor em Muzambinho. Ele tinha 477 sacas armazenadas na Central do Café Armazéns Gerais, que recentemente se reuniu com produtores para renegociação das dívidas. As atividades do local foram suspensas em fevereiro e o João foi um dos cafeicultores pegos de surpresa.

"A notícia até inesperada porque gente tinha total confiança, na empresa dizia que tudo ia dar certo, mesmo o café valorizando alta, da valorização do café, era capaz de arcar com custo alto do café. E foi inesperado a notícia de que a Central do Café iria fechar as portas", disse o cafeicultor.

Com a valorização da saca do produto, o cafeicultor esperava fazer bons negócios, mas ele só ficou com as dívidas.

"Está estimado aí próximo de R$ 450 mil, um dinheiro considerável, haja vista que vem vindo a colheita e a gente contava com esse dinheiro para colheita, despesa em si e algo que sobrasse e a gente podia fazer algum negócio. A gente está preocupado e muito decepcionado com a situação", completou.

O produtor Mário Lino Felipe é de Nova Resende e depositou 180 sacas também no armazém. Ele conta que ainda não recebeu por 57 sacas avaliadas em R$ 151 mil. Um drama que ele não sabe como resolver.

"Foi uma angústia, foi um sofrimento quando eu soube porque eu precisava desse dinheiro tanto, que eu já tinha feito um programado por esse dinheiro, de tanta coisa que eu precisava dele. Eu precisava até dar um reforço amanhã na casa, eu não consegui. Porque isso foi um pesadelo. Isso aí eu vou falar verdade de você, eu não mereço, eu não desejo isso pra ninguém, o que nós está passando, porque isso é muito sufrido (sic). Uma saca de café por causa desse valor é muito dinheiro", disse o produtor.

Pelo menos cinco empresas, todas de Minas Gerais, tiveram problemas recentes com a armazenagem e venda de café. Isso no momento em que o grão está supervalorizado. Por isso, especialistas afirmam que os cafeicultores precisam ficar atentos aos contratos.

"Sempre o mais importante para o produtor é identificar exatamente os termos do acordo, os termos do contrato que ele está assinando quando ele vende o seu café. Na maioria das vezes, esse contrato já é um documento formado pelas empresas compradoras, mas em 100% dos negócios existe a possibilidade do produtor fazer a revisão daquele texto e eventualmente inserir alguma cláusula para sua proteção", disse o advogado especialista em agronegócio, Vinícius Barquete.

"Mas a grande dica é observar os termos daquele contrato com profissionais especializados para poder entender o risco que existe dentro daquela operação, as consequências de eventual problema no curso daquele contrato e o benefício, lógico, se recorrer a esse tipo de mercado", completou o advogado.

Os produtores devem também avaliar os riscos do setor.

"Fazer uma avaliação aprofundada de onde você está depositando seu café, com quem você está depositando seu café. Para quem você está vendendo esse café, qual é o prazo de entrega, pagamento. O café é comercializado de várias formas. Você tem a entrega imediata, pagamento à vista, retirar, você tem entregas futuras. Então você tem que realmente olhar para o contrato como a ferramenta que vai te proteger", disse o presidente do Centro de Comércio do Café, Ricardo Schneider.

Enquanto a situação dos armazéns não é resolvida, o João Batista busca por soluções judiciais para tentar amenizar as perdas.

"A gente fica sem chão, sem saber o que fazer. Eu acho que ele declarou em reunião aí, o empresário, que ele tem vários bens, mas ele devia ter feito antes da situação que se encontra a outra. Ele devia ter vendido antes de chegar no ponto que chegou", completou o produtor João Batista Vasconcelos.

Fonte: G1 Sul de Minas

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