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Os felinos, embora não sejam os únicos capazes de transmitir a doença, acabam por se tornar "os vilões" e alvos de diversos tipos de preconceito |
Uma doença que não é nova, mas praticamente desconhecida, causa preocupação às autoridades de saúde da Prefeitura de São Tomé das Letras. Casos de esporotricose passaram a ser monitorados após diagnósticos confirmados em sete animais e também em pessoas do município. Dois dos animais, que viviam pelas ruas da cidade, foram sacrificados.
De acordo com a Prefeitura, a preocupação se justifica porque no ano passado o município teve 32 confirmações da doença, 22 delas em animais domésticos. Cinco casos em humanos também foram registrados. Como a maior parte dos animais contaminados são domésticos, a atenção aos cuidados com eles deve ser redobrada. A Vigilância Sanitária de São Tomé acompanha tudo de perto e ressaltou que os tutores têm responsabilidades sobre os animais, ou seja, em caso de suspeita da doença, o responsável deve providenciar o cuidado e não negligenciar a situação, pois, caso isso aconteça, ele pode responder por infrações do código civil.
O que é a esporotricose
A esporotricose é classificada como uma zoonose, ou seja, é uma doença transmitida de animais para humanos, como a raiva, por exemplo. A médica veterinária Luciana Forte explicou, em entrevista à EPTV, afiliada da rede globo, como a doença é transmitida.
“A doença é causada por um fungo, do gênero Sporothrix. Ele é encontrado nas madeiras, nas árvores, na própria terra, e o gato é o maior transmissor porque os hábitos do gato estão relacionados com a natureza. Então eles acabam arranhando esses locais e transmitindo através do contato com os humanos, mas apenas por arranhões e mordidas. Existe tratamento. É um tratamento longo, através de antifúngicos por via oral. Tem que ter muita paciência, tem que isolar esse animal contaminado porque ele pode passar [a doença] durante o tratamento para outros animais”, detalhou a veterinária.
Embora a esporotricose seja conhecida como a “doença do gato”, ela pode afetar cães e outros animais. Os gatos são os principais transmissores porque o fungo penetra facilmente em suas unhas e dentes. Eles também desenvolvem lesões com alta carga fúngica, o que os tornam mais contagiosos.
Em humanos, os primeiros sinais da doença surgem em forma de lesões, semelhantes a uma picada de inseto, evoluindo para úlceras. Nos casos graves, o fungo pode afetar os pulmões, causando tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. O tratamento é oferecido pelo SUS e pode durar de três meses a um ano.