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RIOS TOMADOS POR ESGOTO

O descarte irregular de esgoto em Pouso Alegre (MG) tem gerado preocupação entre moradores e autoridades ambientais. De acordo com matéria veiculada pela EPTV, um laudo técnico solicitado pela Justiça e realizado pela própria prefeitura identificou nove pontos na cidade onde há lançamento inadequado de efluentes nos rios. A situação mais alarmante ocorre no Rio Mandu e no Rio Sapucaí-Mirim, importantes cursos d'água do município.

As imagens da água escura saindo de tubulações diretamente nos rios impressionam. No centro da cidade, a cena é recorrente. O caseiro Altieres Domingues Carneiro, que costuma caminhar pela região, relata o incômodo:

“É um local que todo dia as pessoas caminham e comentam um com o outro, né, o porquê desse mau cheiro. A gente chega mais próximo e vê o esgoto a céu aberto, prejudicando o meio ambiente e a população.”

Outro ponto crítico foi identificado no bairro Faisqueira, onde o despejo acontece no Rio Sapucaí-Mirim. O ambientalista e presidente do Instituto Fernando Bonillo, Diego Toledo Fernandes, confirmou a presença de esgoto no local.

“Viemos averiguar e tem todas as características: matéria orgânica, odor, coloração. Estamos reunindo especialistas para identificar a origem e entender se é um descarte permitido ou negligência”, afirmou.

Segundo o advogado do Instituto, Fábio Nossack, a responsabilidade é da Copasa, concessionária responsável pelo saneamento básico na cidade.

“Como estão sendo feitas as análises dos efluentes? Por laboratórios externos e acreditados? Como estão sendo aplicados os recursos públicos? A população tem o direito de saber”, questionou.

A Prefeitura de Pouso Alegre confirmou que tem conhecimento do problema e, por isso, entrou com uma ação civil pública contra a Copasa. Embora o processo ainda esteja em tramitação, o juiz responsável determinou a elaboração de um laudo técnico. O documento, com mais de 80 páginas, identificou nove locais com descarte irregular e apontou a presença de substâncias como fósforo e nitrogênio em níveis elevados na água — indicativos claros de poluição.

A engenheira ambiental Marielle Rezende de Andrade alerta para os impactos desse tipo de contaminação.

“O fósforo e o nitrogênio são substâncias presentes no esgoto doméstico. Quando despejados sem tratamento, consomem o oxigênio do rio, causam mortandade de peixes e pioram a qualidade de vida. A convivência com esse tipo de poluição traz riscos à saúde, mau cheiro e aumento de doenças”, explicou.

A engenheira também ressalta que os nove pontos identificados no laudo representam apenas parte do problema.

“Há lançamentos indevidos em redes de drenagem, e o rastreamento dessas fontes é difícil e caro. Se grandes obras, como a via do Faisqueira, não forem bem planejadas, os impactos são inevitáveis”, destacou.

A Copasa, por meio de nota, informou que está investindo mais de R$ 16 milhões em obras para ampliar e melhorar o sistema de esgoto na cidade. A companhia afirmou ainda que está implantando novas medidas para reforçar a coleta e o transporte de efluentes até a estação de tratamento. Sobre o laudo judicial, disse estar ciente, mas preferiu não comentar processos em andamento.

A reportagem da EPTV também entrou em contato com o Ministério Público, mas não obteve retorno até esta publicação.


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