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Robert Prevost, agora Leão XIV, quando era Bispo no interior do Peru |
Após o anúncio e primeiras palavras do novo Papa da Igreja Católica, muitas informações e avaliações nada baseadas em fatos ou no conhecimento desta gigantesca instituição já começaram a tomar as redes. Houve até quem dissesse que Donald Trump foi quem influiu nesta escolha, já que o novo lider católico é norte-americano. Bem... acreditem: Se fosse por escolha do presidente dos EUA, jamais seria este o Papa, que chega para dar continuidade às ideias de Francisco e ao legado de Leão XIII, o Papa da Doutrina Social da Igreja, a encíclica Rerum Novarum, a defesa dos trabalhadores e a denúncia da exploração dos mais sofridos.
Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos e se torna o primeiro papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante.
Embora de origem norte-americana, Prevost construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru, onde foi feita uma de suas fotos mais icônicas. Foi lá que se destacou até alcançar os cargos mais altos da Cúria Romana.
Ao ser eleito, ocupava duas funções importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
De perfil discreto e voz tranquila, Prevost costuma evitar os holofotes e entrevistas. No entanto, é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Tem formação sólida em teologia e é considerado um profundo conhecedor da lei canônica, que rege a Igreja Católica.
Entrou para a vida religiosa aos 22 anos. Formou-se em teologia na União Teológica Católica de Chicago e, aos 27, foi enviado a Roma para estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino.
Foi ordenado padre em 1982 e, dois anos depois, iniciou sua atuação missionária no Peru — primeiro em Piura, depois em Trujillo, onde permaneceu por dez anos, inclusive durante o governo autoritário de Alberto Fujimori e contra o qual se posicionou em muitos momentos. Prevost chegou a cobrar desculpas públicas pelas injustiças cometidas no período.
Em 2014, foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, cargo em que foi ordenado bispo e permaneceu por nove anos. Nesse período, enfrentou a principal crise de sua trajetória: em 2023, quando três mulheres o acusaram de acobertar casos de abuso sexual cometidos por dois padres no Peru, quando elas ainda eram crianças.
Segundo as denúncias, uma das vítimas telefonou para Prevost em 2020. Dois anos depois, ele recebeu formalmente os relatos e encaminhou o caso ao Vaticano. Um dos padres foi afastado preventivamente e o outro já não exercia mais funções por questões de saúde. A diocese peruana nega qualquer acobertamento e afirma que Prevost seguiu os trâmites exigidos pela legislação da Igreja. O Vaticano ainda não concluiu a investigação.
Ainda durante sua passagem pelo Peru, Prevost também ocupou cargos de destaque na Conferência Episcopal local e foi nomeado para a Congregação do Clero e, depois, para a Congregação para os Bispos. Em 2023, recebeu o título de cardeal — função que ocupou por menos de dois anos antes de se tornar papa, algo raro na Igreja.
Durante a internação de Francisco, Prevost foi o responsável por liderar uma oração pública no Vaticano pela saúde do então pontífice.
Sendo assim, com tais credenciais e currículo, se torna claro que se Francisco pudesse escolher seu próprio sucessor, provavelmente esta seria a sua escolha, e todos os que sempre torceram para que a Igreja Católica busque realmente estar mais perto do povo, especialmente dos pobres, dos trabalhadores, dos imigrantes, dos que lutam por um mundo mais justo e ambientalmente sustentável, e também da juventude, como foi Bergoglio, tem motivos de sobra para acreditar que o Espírito Santo está atuando para que isso ocorra de fato!
Em suas próprias palavras: "Deus ama a todos! O mal não prevalecerá!"