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VEREADOR ENFRENTA COMISSÃO PROCESSANTE POR OFENSAS A SERVIDORAS

A Câmara de Nova Resende (MG) instaurou uma Comissão Processante (CP) para apurar a conduta do vereador Odair Braz de Azevedo (PL), suspeito de abuso de poder e quebra de decoro parlamentar.  

Três servidoras municipais, entre elas a secretária de Saúde, afirmam que foram agredidas verbalmente pelo vereador. Durante os depoimentos à CP, ocorridos na sexta-feira (15), uma mulher denunciou que também já foi vítima de assédio sexual anos atrás.

Além de vereador, Odair Azevedo é servidor público e atua como motorista da prefeitura.  Segundo a denúncia, as ofensas teriam acontecido quando ele foi tomar satisfação sobre seu afastamento das funções na Secretaria de Saúde.

De acordo com as denunciantes, durante a discussão, o vereador as ameaçou usando o poder do seu cargo.

“Ele usa de ser um homem contra nós três mulheres e usa do cargo de vereador para nos ameaçar. Disse que ele teria a voz perante a população e que a gente não é nada e que ele acabaria com a nossa vida e faria da nossa vida um inferno”, contou a coordenadora administrativa de Saúde, Letícia Cristina Silva Bachião. 

A secretária de Saúde, Gislaine Dilva Pereira Gueles, afirmou que a denúncia deve ficar com exemplo.

“A gente realmente se sentiu ameaçada e intimidada e não precisa disso. A gente fica triste com a situação, mas hoje nós estamos expondo essa situação que a gente vivenciou para ver se, a partir disso, melhorem as condições com as mulheres, com a vida em si.”

O vereador nega que tenha ofendido as mulheres e disse que foi questionar porque suas horas extras feitas em plantões aos fins de semana não estavam sendo pagas.

"Eu fui cobrar a Secretaria de Saúde, a coordenadora de transporte e fui recebido lá de uma forma também incorreta. Não tem fundamento nenhum eu agredir pessoas verbalmente. A gente teve lá uma
discussão, nem acredito que seja discussão, por conta de que elas afirmaram que eu não poderia estar trabalhando naquele setor mais e eu falei que elas não tinham o direito de falar comigo, quem tinha o direito seria o prefeito e elas não acharam bom da mesma forma. Eu acabei abandonando o local rapidinho e até hoje a gente está respondendo a um processo para possível cassação por quebra de decoro", disse.

Questionada, a Prefeitura de Nova Resende informou apenas que uma lei de 2022 estabelece o pagamento de uma gratificação para os funcionários em plantões e que eles acontecem uma vez a cada dois meses ou mais.

Assédio sexual

Durante os depoimentos na CP, a servidora pública Tatiane Luiza Américo disse ter sido vítima de assédio sexual pelo vereador. Após pedir para falar sem a presença de Odair no plenário, ela contou que entre 2020 e 2021, ele a assediava dentro da prefeitura. 

“Falava: ‘Delícia… gostosa’, cochichando no meu ouvido. Eu assustava, levantava, além de falar isso, fazia gestos obscenos e eu falava para ele que eu ia gritar, ele falava que ia falar que eu era louca." 

 A servidora pública também denunciou que o vereador chegou a apertar partes do seu corpo e a enviar R$ 1,5 mil para a conta dela e depois dito que ela teria que "pagar a dívida" indo com ele até uma cidade vizinha. O advogado da servidora informou que uma denúncia sobre o caso foi feita ao Ministério Público na sexta-feira (15).

A Câmara também irá analisar a denúncia feita pela servidora. “Vamos buscar orientação jurídica de que forma isso seja procedido, seja encaminhando para o Ministério Público, para a Polícia Civil para apurar, ou outro procedimento, às vezes, uma abertura de um novo processo de cassação”, afirmou o vereador Roberto Guelere (PSDB), presidente da CP.

O vereador afirmou que não tem conhecimento das denúncias de assédio sexual e que não há registros ou denúncias formais sobre o caso. Ele alega que está sofrendo uma perseguição política.

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