DESLIZAMENTO DE TERRA ATINGE RESIDÊNCIA NA ZONA RURAL DE POÇO FUNDO





O deslizamento de uma encosta por pouco não causa uma tragédia na zona rural de Poço Fundo, no fim da manhã desta quarta-feira (13). Árvores e barro atingiram uma residência no bairro São Miguel, seguindo sentido ao bairro Barreiro, mas por sorte ninguém ficou ferido. O prejuízo material, no entanto, foi grande.

Na casa, moram o agricultor Vicente Patrício de Oliveira (41 anos), com a esposa, três filhas (uma delas de apenas 3 anos), e um filho. No momento do incidente, apenas duas destas pessoas estavam ali, a mãe e o filho, mas ambos conseguiram sair antes da moradia ser atingida.

O dono da casa, Vicente, afirmou que estava trabalhando em uma roça da área quando recebeu a notícia do deslizamento. "Na hora, não fiquei tão preocupado. Quando cheguei aqui e vi o tamanho do estrago é que o coração acelerou. O prejuízo foi muito grande, mas graças a Deus a minha mulher e meu filho estavam bem".

Gabriel, que estava na residência no momento em que a terra desceu, disse que foi tudo muito rápido, mas mesmo assim houve tempo hábil para escapar do pior. "Eu ouvi um barulho, como de um estalo, e então minha mãe gritou para que eu deixasse a casa. Saí correndo, bem a tempo de ver a garagem sendo atingida pela terra. Meu quarto fica logo ao lado e também sofreu alguns danos".

Na garagem, estavam um VW Gol, que ficou totalmente destruído, e uma moto Yamaha Fazer, que teve a frente danificada. Os dois veículos eram os únicos transportes da família. "Usávamos os dois para tudo, tanto para ir ao trabalho aqui no bairro mesmo como para ir à cidade quando necessário. Agora, vamos ver o que dá pra fazer, mas não temos como recuperá-los", diz Vicente.

A solidariedade se fez presente neste momento. Moradores das vizinhanças se juntaram para auxiliar na retirada da terra e dos escombros, e ajudar a família a recuperar o máximo dos objetos que ficaram soterrados. Outros já se colocaram à disposição para conseguir mantimentos ou recuperar móveis que porventura tenham sido danificados.

Córrego obstruído

O deslizamento de terra e a queda de árvores da encosta geraram também um outro problema. A água, que em princípio passava pela área num pequeno fio, se acumulou e formou uma verdadeira represa. O agricultor Evangelista Geraldo dos Santos, que estava ajudando a família a retirar seus pertences do meio do barro e dos escombros, mora nas proximidades, e temia ter a sua casa invadida por uma enchente. "Aqui, quando chove, há o risco de inundação, mas geralmente a água chega até a escada da minha casa. Agora, com este bloqueio, meu medo é de que esse riozinho transborde ainda mais", disse o lavrador.

Por causa deste risco, a Secretaria de Obras iniciou, ainda na tarde desta quarta, a retirada do material que impedia o fluxo do córrego, mesmo debaixo de chuva forte.

Atendimento

No instante em que foram acionadas, compareceram ao local a Defesa Civil, representantes da Secretaria de Obras e da Secretaria de Ação Social. Por conta dos riscos de novos deslizamentos, a Defesa Civil orientou os moradores a buscarem outro abrigo, e a Secretaria de Ação Social já se colocou à disposição para dar apoio com o que for necessário, como, por exemplo, o "aluguel social".

A família, no entanto, resolveu procurar uma casa na mesma área, para poderem se mudar, pois todos trabalham na zona rural e ficaria muito difícil o deslocamento da cidade para lá. Algumas possibilidades estavam sendo levantadas, e o Secretário de Ação Social Jander de Souza informou que estava a postos para dar andamento à ajuda necessária. "Deixei inclusive o meu telefone pessoal para que a família, assim que resolvesse qual seria o destino, pudesse me ligar e então resolvermos esta situação".

Quanto à Secretaria de Obras, a garantia do Secretário Wladimir Corrêa é de que máquinas e homens estarão trabalhando no local até que o risco esteja totalmente eliminado e os moradores em segurança.

Também compareceram ao local para avaliar os danos e prestar solidariedade o prefeito Renato Oliveira, o Vice Nilson Silva, o Secretário de Meio Ambiente Leonardo Dias e o Secretário de Administração José Marcos Magalhães.

Infiltração

O detalhe desta história é que não chovia no momento em que o sinistro aconteceu. Isso levou uma equipe da Prefeitura a averiguar o que pode ter causado todo o transtorno. Numa visita ao alto do morro, constatou-se que um "rasgão", utilizado para escoar águas de minas e de chuvas, tinha vários pontos de bloqueio. Provavelmente, a água foi se infiltrando abaixo da terra por muito tempo, talvez anos, e resultou nessa quase tragédia.

VEJA ABAIXO VÍDEO GRAVADO DURANTE OS TRABALHOS DE LIMPEZA DO LOCAL...








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