Uma bebê de 1 ano e 3 meses morreu nesta quinta-feira (25), após ficar internada por uma semana com ferimentos causados por espancamento supostamente executado pela própria mãe. O caso aconteceu em Jundiaí (a cerca de 60 km de São Paulo). A genitora da pequenina, de 23 anos, foi presa em flagrante na última sexta-feira (19).
A morte da criança ocorreu às 17h50 desta quinta-feira, segundo o Hospital Universitário de Jundiaí, onde ela estava internada a data do ocorrido. A criança se encontrava em estado extremamente grave, respirando com o auxílio de aparelhos, e a morte cerebral só foi confirmada após vários exames.
A menina, segundo boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, chegou a sofrer quatro paradas cardíacas em uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) de Jundiaí, para onde foi levada pela mãe. Por causa da gravidade do caso, acabou transferida por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao Hospital Universitário. Ela estava intubada e em coma, com múltiplas lesões pelo corpo, clavícula fraturada, além de queimaduras na cabeça e no pescoço. Conforme o boletim de ocorrência, ali ela já sofreu as paradas.
A médica que a atendeu afirmou que já acompanhava a menina desde fevereiro, quando ela deu entrada no hospital com lesões nos braços e mordidas, além quadro de desnutrição, ficando internada por cerca de oito dias. A profissional relatou à polícia que começou a suspeitar da mãe, que levou a bebê mais duas vezes ao hospital, "sempre uma lesão nova em algum outro lugar do corpo".
O caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar da cidade, que disse ter assistido a família até o dia em que a mãe se mudou de endereço e não comunicou aos conselheiros, disse a polícia.
"Diante dos fatos, foi dada voz de prisão em flagrante à mãe da criança [pela Polícia Militar, que atendeu a ocorrência de suspeita de maus-tratos] e levada ao plantão policial, sendo necessário o uso de algemas pela estado agressivo que a autora se encontrava", diz trecho do boletim de ocorrência. A prisão foi ratificada em seguida na delegacia e pela Justiça, após audiência de custódia.
O caso teve repercussão em Jundiaí. O prefeito da cidade, Gustavo Martinelli (União), usou as redes sociais para repudiar a violência. Segundo ele, a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social acolheu a irmã da bebê, de 4 anos.
"Repudiamos a violência contra crianças e adolescentes. Que as investigações sejam apuradas e que a justiça seja feita", escreveu.
A Câmara Municipal de Jundiaí aprovou na última terça-feira (23) um requerimento para instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para acompanhar o caso e a possível omissão do Conselho Tutelar.
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