Um embate na Justiça será iniciado pela Prefeitura de Pouso Alegre contra a Cemig, após um motociclista por pouco não perder a vida em um acidente com fios soltos em um bairro da cidade, o Jardim Olímpico. O caso reacende um problema recorrente na cidade: a presença de cabos pendurados e espalhados pelas vias públicas, representando risco para motoristas, pedestres e, principalmente, motociclistas.
O incidente aconteceu no início da semana. Claudinei Tiago dos Santos voltava para casa de moto quando se enroscou em um emaranhado de fios na Avenida José Agrippino Rios. Ele foi arremessado da moto e caiu debaixo de um carro estacionado. Claudinei sofreu vários hematomas, uma laceração no lábio e agora aguarda exames para saber se precisará passar por cirurgia na boca.
Segundo o Corpo de Bombeiros, se o motociclista estivesse em alta velocidade, o acidente poderia ter sido fatal.
Especialistas alertam para o risco que os fios representam. De acordo com o professor de física Megbis Picancio, dependendo da velocidade do veículo, o impacto contra a fiação pode gerar uma desaceleração tão brusca que a força aplicada no corpo do motociclista chega a mais de uma tonelada.
O problema dos fios soltos é antigo em Pouso Alegre. Em bairros como Árvore Grande e até mesmo no centro da cidade, moradores denunciam a presença de cabos enroscados na rede elétrica e arrastando no chão. O professor Rodrigo Fernandes relata ter feito várias reclamações à Cemig, sem retorno efetivo.
Diante do novo acidente, a Prefeitura de Pouso Alegre vai incluir o caso em uma ação civil pública aberta contra a Cemig em 2023. A ação, que está em fase de perícia na primeira instância, cobra a regularização dos fios instalados nos postes da cidade.
Em nota, a Prefeitura de Pouso Alegre informou que equipes monitoram a situação da fiação na cidade e repassam os problemas às autoridades nacionais de telecomunicação.
Já a Cemig declarou que o compartilhamento dos postes com empresas de telefonia, internet e TV a cabo é regulado por resoluções da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A companhia afirmou ainda que toma medidas diretas para eliminar os riscos, incluindo a retirada de cabos irregulares e notificações ostensivas para que as empresas responsáveis façam a manutenção adequada da fiação.
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