Uma explosão de sabor e açúcar tomou conta das redes sociais e, em questão de dias, transformou o humilde morango no protagonista de uma verdadeira corrida agrícola. O "morango do amor" — uma combinação irresistível de morango fresco, brigadeiro de leite em pó e calda crocante — virou febre nacional. Mas, enquanto os olhos do Brasil se lambuzam com a novidade, os produtores do Sul de Minas, maior polo produtor da fruta no país, enfrentam uma realidade doce... e amarga.
A Crise do Morango Graúdo
A demanda pelo "morango do amor" explodiu no pior momento possível: no meio da entressafra, quando os pomares ainda estão em transição entre floradas. O resultado? Uma disparada nos preços que deixou até os agricultores de queixo caído.
No Ceasa, o quilo do morango chegou a R$ 23,33 nesta semana.
Nas mãos dos produtores, uma caixa de 1,2 kg, que normalmente custaria R$ 25, agora está sendo vendida por até R$ 35.
Nas prateleiras, o morango especial (aquele graúdo, firme e fotogênico) já bate R$ 50 o quilo em alguns locais.
"Tá todo mundo atrás de morango graúdo. O pequeno ninguém quer. Não dá pra fazer o doce com ele", desabafa Bruno Henrique Pereira Gomes, produtor de Estiva (MG), a famosa "Terra do Morango".
O Desafio dos Produtores
Enquanto o mercado celebra a nova sensação gastronômica, os agricultores correm contra o tempo — e contra o clima.
A colheita ideal só acontece entre agosto e setembro, quando os frutos atingem o auge do sabor e da qualidade. No momento, muitas lavouras estão entre uma florada e outra, com oferta limitada.
Chuvas de granizo recentes no Sul de Minas destruíram parte das plantações, agravando ainda mais a escassez.
"Pra gente, produtor, é ótimo. Mas pro consumidor final, pesa no bolso", comenta Joelma Ribeiro de Moraes, produtora em Pouso Alegre (MG), que cultiva 20 mil pés de morango em sistema de agricultura familiar.
Por Que o Sul de Minas Domina a Produção?
A região não é líder nacional à toa. O segredo está na combinação perfeita de:
✔ Clima ameno
✔ Solo fértil
✔ Altitude elevada
✔ Mão de obra especializada
Cidades como Pouso Alegre, Estiva e Espírito Santo do Dourado concentram pequenas propriedades familiares que abastecem o país com morangos de qualidade superior. Só em Pouso Alegre, a cadeia produtiva da fruta gera 15 mil empregos diretos.
O Futuro do "Morango do Amor"
Enquanto a febre não passa, os produtores se adaptam:
Redobraram os cuidados na colheita e embalagem.
Investiram em variedades mais resistentes e bonitas.
Aguardam a próxima florada, que deve aliviar a pressão no mercado.
Uma coisa é certa: o Brasil descobriu uma nova paixão gastronômica, e o Sul de Minas está no centro dela. Agora, é torcer para que os pomares resistam — e que os preços não assustem ainda mais os apaixonados por essa sobremesa que conquistou o país.
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