ESPECIALISTAS AFIRMAM: TARIFAÇO NO CAFÉ ATINGE MAIS O CONSUMIDOR AMERICANO QUE O PRODUTOR BRASILEIRO
A medida anunciada pelo ex-presidente americano Donald Trump, que impõe uma tarifa de 50% sobre a importação de café brasileiro a partir do próximo dia 6 de agosto, deve atingir principalmente os consumidores e a indústria dos Estados Unidos, em vez dos produtores do Brasil. É o que afirmam diversos especialistas em matéria do G1. Os norte-americanos são os maiores compradores do café brasileiro, e a decisão preocupa o setor, que avalia os possíveis impactos no fluxo global de comercialização do grão.
Minas Gerais, principal estado produtor e exportador de café do país, enviou cerca de US$ 5,5 bilhões do produto ao exterior apenas no primeiro semestre deste ano. Desse total, os Estados Unidos foram responsáveis por uma parcela significativa, com importações no valor de US$ 1,16 bilhão no mesmo período. Apesar da nova tarifa, a expectativa é que a demanda pelo café brasileiro se mantenha, uma vez que os estoques globais estão entre os mais baixos das últimas décadas e outros mercados também apresentam consumo crescente.
Os especialistas do setor cafeeiro afirmam que, se os EUA buscarem café em outros países, os compradores de outras regiões terão que aumentar suas importações do Brasil, já que a oferta mundial está limitada. No curto prazo, embarques realizados antes da vigência da tarifa ainda devem chegar aos EUA sem a taxação, mas novos envios podem ser suspensos temporariamente até que se avalie melhor o cenário.
Para as entidades do setor, o principal efeito da medida será o aumento do preço para o consumidor americano, enquanto o impacto direto sobre o produtor brasileiro tende a ser menor. O Brasil responde por 30% das importações de café dos EUA, mas o mercado americano representa apenas 17% das exportações brasileiras do produto, o que permite uma realocação para outros compradores. A diversidade e a logística oferecidas pelo Brasil dificultam a substituição imediata dessa quantidade por outras origens produtoras, o que pode deixar os EUA em uma posição mais vulnerável.
Enquanto o mercado se ajusta, o setor cafeicultor brasileiro monitora os desdobramentos e busca alternativas para minimizar os efeitos da medida.
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