INCÊNDIO DE GRANDES PROPORÇÕES DESTRÓI GALPÃO TEXTIL EM BORDA DA MATA

Era fim de tarde de quarta-feira (6) em Borda da Mata (MG), quando o céu, antes tranquilo, começou a carregar um tom cinzento e pesado. Não era temporal que se anunciava, mas sim um incêndio de grandes proporções que, em poucos minutos, transformou um galpão têxtil em um inferno de labaredas. O fogo, insaciável, devorou tecidos, máquinas e sonhos, deixando para trás um rastro de fumaça que escureceu o horizonte e levou dezenas de pessoas aos postos de saúde, vítimas da fuligem que invadiu seus pulmões.

O condomínio industrial, às margens da MG-290, virou palco de uma batalha contra o tempo. Os bombeiros chegaram rápido, mas as chamas foram mais ágeis. "Era tudo muito inflamável: enchimento de almofada, tecidos... Em dez minutos, metade do lugar já estava perdida", contou Carlos Eduardo Goulart, dono de uma das empresas atingidas. A voz dele ainda carregava o peso da incredulidade. Vinte minutos foram suficientes para que o fogo consumisse anos de trabalho. E o pior: sem seguro para cobrir os mais de R$ 2 milhões em prejuízos. "Ninguém queria nos cobrir, justamente pelo risco", explicou, enquanto observava o que restou de sua fábrica.

Enquanto isso, os bombeiros travavam sua própria guerra. Cem mil litros de água lançados contra as chamas, horas de esforço para evitar que o desastre fosse ainda maior. "O trabalho foi de contenção, para que não se espalhasse", detalhou o tenente Illuí Pereira Souza. Nas redes sociais, vídeos mostravam a coluna de fumaça, grossa e escura, como um sinal de alerta que todos na cidade puderam ver.

A prefeita Tatiana Pires Pereira Cobra prometeu apoio, reuniu-se com os empresários na quinta-feira (7) e falou em reconstrução, em empregos preservados, em recomeço. Mas, por enquanto, o que resta é o cheiro de queimado no ar e a certeza de que, naquela tarde, o fogo escreveu uma das páginas mais dramáticas da pequena Borda da Mata.

Felizmente, ninguém se feriu gravemente. Mas as cicatrizes, essas, vão demorar a sumir.

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