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Foto: Reprodução matéria EPTV |
O equilíbrio do Meio Ambiente, em especial a saúde de nossos rios e a importância deles para, inclusive, a sobrevivência de muitos trabalhadores e comerciantes, se tornou tema de matérias nas grandes mídias de nossa região. O Rio Grande e o Rio Verde são os principais alvos de alertas.
No primeiro, o problema relatado é a falta de peixes, que preocupa quem vive da atividade da pesca no circuito de Furnas. Espécies como dourado, pacu caranha, corimba e pintado praticamente desapareceram nos últimos anos, segundo pescadores, e eles acreditam que a causa está no fechamento de uma Estação de Psicultura do Lago de Furnas, que era a responsável pela criação e soltura de alevinos naquelas águas e também na promoção de ações que facilitavam o repovoamento na represa. Tem pescador que recolhia até 150 quilos de peixes por semana, e que afirma ter sua produção reduzida à metade.
O funcionamento da Estação era essencial para a manutenção dos trabalhos e para o sustento das famílias, mas segundo o profissionais, desde a interrupção das atividades, há cerca de cinco, não se viu nenhuma soltura.
O pior é que nem resposta para suas reclamações os pescadores conseguem, porque a EPTV, da rede Globo de Televisão, entrou em contato com Furnas para que desse explicações, e as únicas respostas foram de que a instituição não iria se manifestar, mas enviou uma nota pela qual "reforça o compromisso com a conservação dos peixes na bacia do Rio Grande, afirmando que mantém ações alinhadas aos órgãos ambientais competentes", embora não diga como.
Fato é que os impactos disso não são apenas econômicos, mas ambientais, como afirma o Secretário Executivo da Associação dos Municípios do Lago de Furnas, Fausto Costa, em entrevista à mesma emissora: “A estação de piscicultura de Furnas foi inaugurada em 1975 e, por muitos anos, produziu alevinos de espécies nativas, garantindo a sustentabilidade da pesca e a biodiversidade na região. Infelizmente, essa atividade deixou de existir, causando prejuízos ambientais, econômicos e sociais”.
Garimpo
O outro rio importantíssimo para todo o Sul de Minas, que também faz parte do circuito de Furnas, é o Rio Verde. E este vem sofrendo um ataque ainda pior à sua saúde e, consequentemente, ao bem-estar de todas as pessoas que dependem de suas águas ou vivem às suas margens: os males causados pelo (acreditem) garimpo ilegal.
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Foto: Polícia Militar de Meio Ambiente |
O rio, que nasce na Serra da Mantiqueira, entre Itanhandu e Passa Quatro, e deságua no Lago de Furnas, entre Três Pontas e Eloi Mendes, é responsável pelo abastecimento de diversas cidades da região e agora preocupa ambientalistas diante da crescente degradação. Além da poluição com lixo e esgoto, ativistas denunciam o aumento da presença de dragas que não estão por ali para recolher areia, mas sim para extrair ouro.
As pessoas jogam de tudo neste gigante: geladeira, fogão, cama, televisão, garrafas pets e isopor. Sem falar nas várias cidades que ainda despejam o esgoto in natura em suas águas. As dragas chegam para piorar ainda mais a situação, pois sugam a areia do leito, separam o minério e devolvem o rejeito nas margens, em áreas de preservação. Isso prejudica a fauna, a flora e compromete o equilíbrio do rio, que está pedindo socorro, segundo os ambientalistas.
Neste caso, conforme matérias já divulgadas anteriormente, a Polícia Federal investiga o garimpo ilegal na região. No início de agosto, uma operação com apoio da Polícia Militar Ambiental, Ibama e Agência Nacional de Mineração fiscalizou 15 pontos do Rio Verde. Mais de R$ 2,5 milhões em multas foram aplicados, 13 trabalhadores foram detidos e uma draga foi apreendida. Outras 12 foram destruídas.
Na última semana, sete pessoas foram presas em flagrante em Conceição do Rio Verde por prática de garimpo ilegal. Um alojamento usado pelos trabalhadores foi localizado, além de mercúrio e pequena quantidade de ouro. O mercúrio, segundo especialistas, é altamente tóxico e pode contaminar a água e os peixes, trazendo risco à saúde humana.
Busca de soluções urgente
Para todos os que vivem às margens ou dependem dos nossos rios, bem como aqueles que lutam pela preservação de seus leitos, matas ciliares e o meio ambiente em geral, as operações da Polícia Federal e da Policia de Meio Ambiente são importantes para conter, em parte, o ímpeto dos que promovem a destruição, especialmente por conta da ganância, mas é preciso que tenhamos ações ainda mais efetivas tanto para eliminar os riscos pela raiz.
No caso das dragas, o objetivo é bem claro: prender os donos, destruir os equipamentos e aplicar o que se puder dentro da lei para coibir suas atividades. No caso da falta de peixes, cobrar uma postura mais efetiva dos responsáveis por Furnas ou buscar parcerias para que o equilíbrio da população de peixes nativos seja retomado.
O que não se pode é esperar que estes nossos rios, essenciais à sobrevivências de pessoas e de várias espécies da fauna regional, simplesmente morram para depois tentar revitalizá-los.
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