ARTIGO: FLUIDEZ E MUDANÇA, NECESSIDADES BÁSICAS
Estava caminhando devagar pelas ruas de Poço Fundo (procurando imagens para bons cliques), quando ouvi, ao passar por uma praça: "Pára com isso. Você não é assim...". Olhei e vi uma menininha claramente envergonhada, olhando para a mãe como se perguntasse: "E como eu sou? Você está magoada comigo por eu ser assim, uma criança que gosta de brincar?".
A questão é que talvez aquela mãe não saiba, como muitas outras, muitos pais, muitos professores e outras "autoridades" responsáveis pela Educação de nossas crianças, que ninguém nunca "é" nada! Sempre "estamos sendo". E muitas vezes cometemos o erro de repetidamente fazer quem a gente ama travar em suas ações, apenas por não conseguirmos lidar com as "tantas pessoas" que todos somos em uma só.
O pior é que muita gente faz isso exatamente quando seus filhos, alunos ou crianças que estejam sob sua responsabilidade estão na melhor fase, a do aprendizado de suas várias facetas. Talvez porque um dia tenha passado por isso, e agora acredita que "é assim que TEM que ser"...
Todo mundo já ouviu a boa e velha máxima de Heráclito, de que "ninguém pode banhar-se duas vezes no mesmo rio". Na verdade, podemos, sim, banhar-nos no mesmo rio, mas não na mesma água. Isso porque tudo flui, e mesmo o que parece igual não é mais o que era antes. O rio está no mesmo lugar, correndo pelas mesmas cidades, roças, florestas... e o visual, exceto por pequenas mudanças como assoreamentos leves (que depois de muito tempo se revelam grandes), continua praticamente o mesmo, mas o que o mantém assim é algo que está em constante mudança: a água corrente.
Assim também nós, seres humanos. Parecemos ser os mesmos (embora estejamos sempre em desenvolvimento, crescendo, vivendo, renascendo, morrendo...), porque assim somos vistos, mas pouco prestamos atenção ao fato de que cada pessoa, ainda que numa vida carregada de rotina, vive uma nova experiência a cada despertar de seus dias.
Às vezes (ou muitas) acreditamos que ninguém muda, que todos são como pedras, sólidas, impenetráveis, imóveis. Só que mesmo as pedras podem ser moldadas ou movimentadas, pela ação natural do tempo ou pelas mãos de um artista. No entanto, melhor é saber que podemos nos assemelhar à água corrente.
Muitas vezes, corremos limpos e transparentes pelo grande rio da vida, mas em outras carregamos muita sujeira e poluição.
Podemos congelar, podemos ferver, sublimar, virar nuvem, chuva... e assim temos o maravilhoso poder de nos purificar. É claro que dependendo do grau de impureza, talvez precisemos de alguma intervenção, mas como a água podemos, sozinhos, alcançar essa cura, essa limpeza natural.
Tudo o que precisamos, neste caso, é ter a mesma liberdade, a mesma autonomia que o precioso líquido dos rios. Podemos correr livres, escolhendo por onde ir, e descobrindo, de uma forma ou de outra, quais são os melhores caminhos. Se for pra parar em um lago, que seja por um breve tempo, apenas para descansar, para aprender, para se tratar ou ainda para ajudar alguém, mas de qualquer forma, cedo ou tarde, devemos seguir nosso curso. Que não aconteça de o lago nos transformar numa água sem condições de criar nada, ou ficarmos tão presos que, quando escaparmos, seja com tal violência que acabemos destruindo o que está à nossa volta.
Por isso, pais, mães, mestres... não transformemos nossas crianças em represas que um dia ficarão sujas e podres, ou que podem estourar um dia, por pura revolta. Ao invés disso, podemos ajudá-las mostrando caminhos para suas escolhas, permitindo a fluidez necessária.
É certo que às vezes será preciso direcionar, em outras até encanar, mas sempre acreditando que o rio que ajudarão a compor estará sendo de fato belo e caudaloso, que matará a sede, que refrescará o ambiente, que irá gerar vida!
"Minha querida Alma, seja fonte de respeito à autonomia e ao crescimento de quem eu amo"
A questão é que talvez aquela mãe não saiba, como muitas outras, muitos pais, muitos professores e outras "autoridades" responsáveis pela Educação de nossas crianças, que ninguém nunca "é" nada! Sempre "estamos sendo". E muitas vezes cometemos o erro de repetidamente fazer quem a gente ama travar em suas ações, apenas por não conseguirmos lidar com as "tantas pessoas" que todos somos em uma só.
O pior é que muita gente faz isso exatamente quando seus filhos, alunos ou crianças que estejam sob sua responsabilidade estão na melhor fase, a do aprendizado de suas várias facetas. Talvez porque um dia tenha passado por isso, e agora acredita que "é assim que TEM que ser"...
Todo mundo já ouviu a boa e velha máxima de Heráclito, de que "ninguém pode banhar-se duas vezes no mesmo rio". Na verdade, podemos, sim, banhar-nos no mesmo rio, mas não na mesma água. Isso porque tudo flui, e mesmo o que parece igual não é mais o que era antes. O rio está no mesmo lugar, correndo pelas mesmas cidades, roças, florestas... e o visual, exceto por pequenas mudanças como assoreamentos leves (que depois de muito tempo se revelam grandes), continua praticamente o mesmo, mas o que o mantém assim é algo que está em constante mudança: a água corrente.
Assim também nós, seres humanos. Parecemos ser os mesmos (embora estejamos sempre em desenvolvimento, crescendo, vivendo, renascendo, morrendo...), porque assim somos vistos, mas pouco prestamos atenção ao fato de que cada pessoa, ainda que numa vida carregada de rotina, vive uma nova experiência a cada despertar de seus dias.
Às vezes (ou muitas) acreditamos que ninguém muda, que todos são como pedras, sólidas, impenetráveis, imóveis. Só que mesmo as pedras podem ser moldadas ou movimentadas, pela ação natural do tempo ou pelas mãos de um artista. No entanto, melhor é saber que podemos nos assemelhar à água corrente.
Muitas vezes, corremos limpos e transparentes pelo grande rio da vida, mas em outras carregamos muita sujeira e poluição.
Podemos congelar, podemos ferver, sublimar, virar nuvem, chuva... e assim temos o maravilhoso poder de nos purificar. É claro que dependendo do grau de impureza, talvez precisemos de alguma intervenção, mas como a água podemos, sozinhos, alcançar essa cura, essa limpeza natural.
Tudo o que precisamos, neste caso, é ter a mesma liberdade, a mesma autonomia que o precioso líquido dos rios. Podemos correr livres, escolhendo por onde ir, e descobrindo, de uma forma ou de outra, quais são os melhores caminhos. Se for pra parar em um lago, que seja por um breve tempo, apenas para descansar, para aprender, para se tratar ou ainda para ajudar alguém, mas de qualquer forma, cedo ou tarde, devemos seguir nosso curso. Que não aconteça de o lago nos transformar numa água sem condições de criar nada, ou ficarmos tão presos que, quando escaparmos, seja com tal violência que acabemos destruindo o que está à nossa volta.
Por isso, pais, mães, mestres... não transformemos nossas crianças em represas que um dia ficarão sujas e podres, ou que podem estourar um dia, por pura revolta. Ao invés disso, podemos ajudá-las mostrando caminhos para suas escolhas, permitindo a fluidez necessária.
É certo que às vezes será preciso direcionar, em outras até encanar, mas sempre acreditando que o rio que ajudarão a compor estará sendo de fato belo e caudaloso, que matará a sede, que refrescará o ambiente, que irá gerar vida!
"Minha querida Alma, seja fonte de respeito à autonomia e ao crescimento de quem eu amo"
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