UFLA TENTA DESENVOLVER BATERIA COM CASCA DE CAFÉ
Uma pesquisa com cascas de café realizada no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Biomateriais da Universidade Federal de Lavras (UFLA), com a orientação do professor Gustavo Tonoli, pode revolucionar a fabricação de baterias no futuro. O projeto busca desenvolver alternativa mais sustentável e econômica, com um toque bem brasileiro.
Dos brinquedos elétricos aos veículos, passando pelos celulares, a bateria é um dispositivo cada vez mais presente no dia a dia das pessoas. Mas essa fonte de energia ainda é fabricada principalmente com base em materiais poluentes, como o grafite.
A casca de café foi usada na pesquisa para substituir o grafite no chamado ânodo, o polo negativo da bateria, onde ocorrem as reações químicas responsáveis pela produção de energia. Isso porque, de forma semelhante ao grafite, que é constituído por quase 100% de carbono, as cascas de café também são ricas nesse elemento químico, que corresponde a 50% da composição natural desse resíduo da agricultura.
Além disso, “a utilização da casca de café, que é um subproduto da indústria cafeeira, contribui para a diminuição de detritos que seriam descartados e a promoção de uma economia circular, modelo de produção e consumo que promove a reutilização de materiais. O aproveitamento da casca de café também pode agregar valor aos produtos agrícolas, beneficiando os agricultores”, explica a doutoranda da UFLA responsável pela pesquisa, Ianca Oliveira Borges.
Os estudos realizados podem servir de base para o desenvolvimento de baterias de pequeno porte, capazes de serem aplicadas em brinquedos, celulares e computadores. Além disso, o desenvolvimento da tecnologia pode criar oportunidades de emprego em setores como pesquisa, tecnologia e agricultura, incentivando o desenvolvimento de novos materiais que podem substituir componentes menos sustentáveis.
A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com a Universidade de Toronto, no Canadá, sob a orientação dos docentes Mohini Sain e Otávio Titton Dias. Em 2024, Ianca realizou doutorado-sanduíche por seis meses na instituição, para o desenvolvimento de experimentos relacionados à bateria sustentável.
Fontes: Portal da Cidade e Portal de Ciências da UFLA
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